CBDF-1 - Primeira Atualização da Classificação Brasileira de Diagnósticos Fisioterapêuticos (2025)
A Classificação Brasileira de Diagnósticos Fisioterapêuticos (CBDF), instituída pelo COFFITO por meio da Resolução nº 555/2022, representa um avanço normativo para a Fisioterapia no Brasil. Este documento organiza e caracteriza os diagnósticos fisioterapêuticos com base no modelo biopsicossocial, alinhando-se às diretrizes internacionais, como a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), e incorporando especificidades técnico-científicas da prática fisioterapêutica.
A CBDF é complementar ao Referencial Brasileiro de Procedimentos Fisioterapêuticos (RBPF), servindo como base para a definição de intervenções, condutas e objetivos terapêuticos. Juntos, a CBDF e o RBPF fortalecem a sistematização e a autonomia da profissão.
Com a primeira atualização (CBDF-1), a classificação foi expandida com novos capítulos e conceitos, promovendo maior abrangência e detalhamento na descrição e registro dos diagnósticos fisioterapêuticos.
Estrutura da CBDF-1
A CBDF-1 organiza os diagnósticos em quatro partes principais, cada uma com finalidades específicas e exemplos práticos:
1. CBDF S - Saúde Cinético-funcional
Diagnósticos que identificam condições sem alterações de estrutura e ou função do corpo, organizados por sistemas orgânicos, mas que podem apresentar riscos de deficiência cinético-funcional.
- Exemplo: CBDF S01.00 - Saúde cinético-funcional neuroperiférica sem risco de alteração.
- Exemplo: CBDF S05.01 - Saúde cinético-funcional cardiovascular com risco de alteração de capacidade aeróbica.
2. CBDF D - Deficiências Cinético-funcionais
Diagnósticos relacionados a alterações de estrutura e ou função do corpo, organizados por sistemas orgânicos.
- Exemplo: CBDF D03.02 - Deficiência cinético-funcional musculoesquelética com lesão estrutural crônica.
- Exemplo: CBDF D04.01 - Deficiência cinético-funcional respiratória obstrutiva de vias aéreas médio-distais.
3. CBDF M - Atividades de Mobilidade
Diagnósticos que avaliam limitações na mobilidade funcional, com base em atividades como transferências, manutenção de posturas, locomoção e atividades com membros superiores. Este novo capítulo permite descrever a capacidade de mobilidade em diferentes contextos.
- Exemplo: CBDF M01.01 - Mobilidade para transferências com deficiência cinético-funcional.
- Exemplo: CBDF M04.00 - Locomoção básica sem deficiência cinético-funcional.
4. CBDF P - Participação
Diagnósticos que analisam o nível de envolvimento do indivíduo em atividades sociais, educacionais, ocupacionais, recreativas e familiares. Este capítulo reflete o nível de restrições para integração e participação.
- Exemplo: CBDF P01.01 - Participação em atividades de trabalho com deficiência cinético-funcional.
- Exemplo: CBDF P05.00 - Participação em atividades esportivas recreativas sem deficiência cinético-funcional.
A CBDF na Prática
Com sua base no modelo biopsicossocial da CIF, a CBDF permite:
- Sistematizar os diagnósticos fisioterapêuticos com clareza e especificidade.
- Auxiliar na definição dos objetivos terapêuticos e posterior escolha das intervenções descritas no RBPF, sempre com base nas melhores evidências científicas disponíveis.
- Mensurar o prognóstico fisioterapêutico.
- Promover maior integração da Fisioterapia com políticas públicas de saúde e sistemas de informação.
A CBDF-1 reafirma o compromisso com a valorização da prática fisioterapêutica, ao mesmo tempo que fortalece a autonomia e a identidade profissional.
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